Parceria de Lequinho vence disputa de samba na Mangueira

A Mangueira já tem seu hino para o carnaval de 2024. A parceria de Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim é a grande vencedora do concurso da Verde e Rosa.

O Palácio do Samba ficou lotado para a grande festa da escolha do samba que cantará na Sapucaí em 2024 o enredo “A Negra Voz do Amanhã”, desenvolvido pelos carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon, que apresentará os caminhos percorridos pela cantora na construção de seu amanhã. Esses se dão, principalmente, por suas crenças, que promovem sentido à sua caminhada, aliado à música que lhe acompanha desde menina como missão e a cultura popular que a formata enquanto artista.

Neste ano, tivemos uma disputa acirrada com grandes sambas na final, a obra de Lequinho e parceiros se destacou contagiando o mangueirense e foi ovacionado após o anúncio oficial da escola, feito pela presidenta da Estação Primeira já na madrugada deste domingo (08/10).

Em seu segundo ano como comandante da verde e rosa, Guanayra Firmino exaltou a participação de vinte e quatro sambas que se inscreveram para a disputa, o que, segundo ela, afirma a credibilidade da disputa e de sua administração e, além disso, a crença do compositor no enredo escolhido por sua gestão.

Confira a letra do samba da Mangueira para o carnaval de 2024:

Xangô chama Iansã
Que a voz do amanhã já bradou no Maranhão
Tambor de Mina, Encantados a girar
O divino no altar, a filha de toda fé
Sob as bênçãos de Maria, batizada Nazareth
Quis o destino quando o tempo foi maestro
Soprar a vida aos pés do velho cajueiro
Guardar no peito a saudade de mainha
Do reisado a ladainha, São Luis o seu terreiro
Ê bumba meu boi! Ê boi de tradição!
Tem que respeitar Maracanã que faz tremer o chão

Toca tambor de crioula, firma no batuquejê
Ô pequena feita pra vencer
Vem brilhar no Rio Antigo, mostra seu poder de fato
Fina flor que não se cheira não aceita desacato

Vai provar que o samba é primo do jazz
Falar de amor como ninguém faz
Nas horas incertas, curar dissabores
Feito uma loba impor seus valores
E seja o pilar da esperança
Das rosas que nascem no morro da gente
Sambando, tocando e cantando
Se encontram passado, futuro e presente
Mangueira! De Neuma e Zica
Dos versos de Hélio que honraram meu nome
Levo a arte como dom
Um Brasil em tom marrom que herdei de Alcione

Ela é odara, deusa da canção
Negra voz, orgulho da nação

Meu palácio tem rainha e não é uma qualquer
Arreda homem que aí vem mulher
Verde e rosa dinastia pra honrar meus ancestrais
Aqui o samba não morrerá jamais